sábado, 9 de maio de 2009

A brincar a brincar dizem-se as verdades...

Notas de um sobrealimentado:
‘’Sou gordo. Sou repelentemente gordo. Sou o ser humano mais gordo que conheço. Tudo o que tenho é excesso de peso por todo o corpo. Os meus dedos são gordos. Os meus pulsos são gordos. Os meus olhos são gordos. (Conseguem imaginar olhos gordos?). Tenho centenas de quilos a mais. A carne escorrega sobre mim como chocolate quente num gelado. O meu contorno tem sido objecto de descrédito para qualquer pessoa que me veja. Não há dúvida, sou um gorducho. Neste ponto o leitor pode perguntar: há vantagens ou desvantagens em ter a forma de um planeta? Não quero fazer de engraçado ou falar por paradoxos, mas devo responder que a gordura em si mesma está acima da moral burguesa. É simplesmente gordura. Que a gordura possa ter um valor em si própria, que a gordura possa ser, digamos, má ou lamentável, eis o que não passa, evidentemente, de uma piada. Absurdo! Pois não é a gordura afinal de contas, uma acumulação de quilos? E o que são quilos? Simplesmente um agregado composto de células. Uma célula pode ser moral? Está uma célula para além do bem ou do mal?''


E então, faz sentido?!

Eva*